quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Apple.





Partindo uma maçã, comecei a atentar que na geladeira sempre tem maçãs, e que meus avós gostam muito de maçãs, achei engraçado. Como eu nunca reparei isto? No ano de 2011 sofri com um terrível problema na garganta, fiz uma série de exames, identificamos o problema e com alguns remédios relativamente fortes passou a rouquidão, a partir dali iniciaria outro ciclo da minha vida. Sessões e mais sessões com a fono para evitar o desgaste vocal, o uso incorreto da voz falada. Segui no primeiro mês, no segundo voltei a uma rotina inadequada pra quem usa a voz como instrumento, noites mal dormidas, fala excessiva, abuso do álcool e outras drogas, a ex da fumante passiva que me tornei, e não fumo que fique claro, mas muitos dos meus amigos sim, portanto eu era uma fumante passiva. Resultado, nos finais de semana saíamos, bebíamos o mundo, cantarolávamos madrugadas inteiras, todos! Porém só eu acordava com a garganta completamente tapada, uma sensação horrível. No começo antinflamatórios, depois antibióticos e eu não satisfeita, insistia. Durante a semana tomava remédio, no fim de semana pintava o mesmo quadro que possivelmente na segunda me acordaria adoecida, até que no começo de 2012 já com as amídalas extremamente inflamadas, acordei sufocada tamanho o inchaço na garganta, porque o antibiótico usado já não fazia efeito. Fui ao posto de saúde em Arembepe de madrugada, onde fui muito bem atendida, inclusive sem a carteira de identidade que eu tinha esquecido em casa, no entanto o antibiótico receitado como estava fora dos padrões, não tinha no posto. Onde encontrar uma farmácia quase 2h da manhã? No aeroporto. Chegando lá, a dor cada vez mais insuportável, vi o Hospital Aeroporto, pensei: Minha chance de aliviar essa agonia, medicamento intravenoso, meia horinha não sinto mais nada. Quem disse? Entrei com um aspecto de morta viva, e a atendente, delicada que só ela, veio quando quis! Quem me acompanhava explicou que havíamos esquecido o RG, mas que tinham outros documentos, inclusive que se eu fosse atendida ela poderia ir pegar o RG em casa e coisa e tal, a moça muito compadecida disse: - Senhora desculpe, mas o convênio pede que escanei o RG e encaminhe. Bom, xinguei até as gerações futuras dela, a garganta tapada, dolorida não era a dela não é? Compramos o medicamento e voltamos pra casa. Dias passando e nada das amídalas diminuírem, esperei uma semana e voltei no HSH, já conhecia quase todos os plantonistas mesmo, só que dessa vez usei dos genes de meu pai e com a educação de um tiranossauro Rex, impus ao médico uma avaliação digna, porque a merda da minha garganta estava com uma bactéria incurável só pode! Rapidinho, ele olhou até minhas cutículas e me receitou uma bomba! Uma mistura de antibióticos, caríssimo! Resolveu. Na outra semana voltei na otorrino, e o problema anterior estava bem melhor, mas teria que voltar ao tratamento com a fono, diminuir bebidas, cuidar da alimentação, beber muita água, enfim... Volto eu lá e uma das partes do tratamento? Comer maçã! Mas porque maçã? Não gosto de maçã, pode ser melancia? Não, tem que ser maçã! Maçã é adstringente, “limpa o trato vocal e sua mastigação exercita a musculatura responsável pela articulação das palavras”*. Pronto, começou ali o tormento. Eu já me sentia com cara de maçã. Passado o tempo, gradativamente fui abandonando os vícios, melhorei da rouquidão, nunca mais soube o que é sentir um arranhão na garganta. Hoje abro a geladeira e reparo que tem bastante maçãs, porque minha vovó gosta muito, percebi também que misturaram uma bebida (alcoólica) com maçã e está fazendo um mega sucesso, ainda que eu prefira um schweppes citrus, gelado!

* Quem quiser saber um pouco mais: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?545

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