quinta-feira, 28 de outubro de 2010

... pá furada.

Esvaziei em lágrimas toda a dor, toda a saudade de quem foi para não mais voltar. Numa conversa de botas batidas, eu me vi tão vulnerável, tão sentimental, tão canalha. Fui perdendo o apreço por minhas próprias conquistas, e que a honra seja dada a mim! Troco pernas com um alguém que nem sei o nome, me visto sacana pra ter, desfeito o ato, o laço, desato fácil como numa troca de roupa íntima e acentue a parte íntima. Leio tanto, sinto não alcançar a cultura dos deuses, distraio o pensamento, qualquer lembrança feliz e/ou infeliz lembrança. Shows lindos como o do Los Hermanos e do Carlinhos Brown, cravando em meu peito punhais exóticos, eu diria experiências transcendentais; enquanto o primeiro conectou-me a uma equalização emocional límpida, apertada, minha e apenas minha... O segundo por sua vez, atravessou uma adaga em minha garganta, mantenho um silêncio incomum desde então, leia-se: desta vez, a palavra escrita parece ter mais aconchego em meus dedos. Não que a oralidade seja um bicho de sete cabeças, nem é, já manter o equilíbrio é tarefa árdua para uma libriana de quota primaveril modesta. Monto e desmonto caricaturas, um sonho: estar livre no final, se é que a estrada tem fim. Conheço e desconheço as formas, os temas, os dilemas tão necessários quanto às dúvidas, as angústias. Pondo meu sapato novo vou passear sozinha, aponto pra fé, remo contra maré de bobeira, ou besteira qualquer. Parece que a poesia andou chovendo em minha horta, parece.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

No escuro.

Bahia de todos os santos, encantos e embarcações.
Do alto assistíamos o encontro da lua com o mar, tão linda pintura.
Travessuras em noite de lua...
No escuro, no chão... a sala escura.
Vibrações sonoras daqueles que amam em noite de lua,
Sob os lençóis duma madrugada silenciosa.