segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sol.




Tem mais estrelas no céu
Do que pessoas na terra, verdade,
Nem todo brilho enriquece.
Homens querendo roubar invenções da natureza,
Eu sei, o correto é não saber.
Pra que falar a verdade, se a luz favorece o ato de pensar?
Nasce a luz é da escuridão,
Somos o universo em expansão.
É preciso o vazio enquanto vida há,
O que fica é relativo, abstrato...
O olhar, a perspectiva pois,
Um balão vazio pode estar cheio de ar.
Luz do dia o sol, no escuro da noite a lua,
Refletindo a luz que ele deixou...
O sol, como estrela maior.

domingo, 23 de maio de 2010

Autenticidade.




Eu que detesto oscilações no humor, ando muito inconstante.
Verdade que nunca permito-me sentir o que naturalmente "todo mundo sente", tenho resistência a esta dita “normalidade”, ela existe realmente? Acabo me indagando às vezes, quando vai passar esta falta de sossego? Este coração batendo desritimado do tempo, dono e proprietário das razões deste mundo que quase me enlouquece, me ensurdece, me cega. Os sentidos confusos destampam idéias nem um pouco sadias. Enquanto descrente, de quase tudo diga-se de passagem, não controlo nada ao meu redor. “Crer é muito monótono.” Sábias palavras! Mas quem as disse mesmo? E alguém se importa?! O que fica são apenas fragmentações daquilo que penso, consumo, exponho. Num vasto campo de situações, o que está para ser degustado, não me gusta;
Ser humanozinho chato eu viu?! Desculpa, autenticidade é coisa rara na cena, e eu faço uso da que possuo. Mas voltando ao assunto do sentir, o que é isto mesmo? Sentir? Verbo transitivo, direto ou indireto? Quando vou diretamente ao assunto aquele outro verbo não quer ser conjugado.
É, aquele outro lá que a gente insisti em pluralizar sua singularidade. Amar é tão subjetivo. O espírito ama, e alguém já tocou o espírito? Por favor, apresente-se a minha insignificante pessoa, rogo que não exite por assim fazê-lo. Tens aqui um seguidor(a), ou talvez, com a nossa modernidade, uma fã. Quando indiretamente me apresento, bloqueio no mesmo instante uma resposta rápida, concreta, precisa, do que se espera. Que tédio!
A subjetividade também me cansa, mesmo que só de vez em quando, cansa-me. Uma coleção de coisas, atos, gestos, somam essa minha descrença, não que seja de todo ruim, entretanto, no estado lúcido em que me encontro, a monotonia corrompe a pureza da carne, e o que chamam de espírito, foi-se para ‘tão - tão distante’, lugar onde o encanto permanece vivo sempre, e para todo o sempre.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Delicadeza.

Escrevo linhas em tua vida.
Uma foto na página web.
Na era da informação, o alcance.
Seus traços impressos no blog revelam
A emoção que aflora,
A delicadeza...
A sutil forma representativa do afeto.
Detalhes nas cores.
O desabrochar da flor semeia em ti, amor.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Luz e ventilador.




Quando fechastes a porta
Minha lágrima secou.
No relógio as horas passam
São voltas e voltas, ventilador.
No rádio Chopin soou,
A luz no teto gira o ventilador.
Secou a lágrima, secou.
O universo inteiro... E a lágrima secou.
O vento que sopra a luz e,
O ventilador.
Afasta de mim essa angústia
A luz do ventilador.
Eu que quase não sinto,
Quase não amo...
Quase não sei dizer.
Em ré bemol escrevo...
Dominante o sol enquanto clara é, a luz do dia.